Custo maior e receita menor ao cafeicultor

Por Andre Sanches Neto (CaféPoint) 

 
Após um ano atípico em valor de mercado ao grão de café, que chegou a elevados patamares muito pouco habituais para os cafeicultores, o produtor brasileiro de café enfrenta novamente a realidade de esforços hercúleos de engenharia produtiva e financeira para manter-se na ativa. 

Atualmente, cotada em média entre US$1,60/lb e US$1,65/lb na Bolsa de NY – principal referência ao mercado – a commodity café arábica (ao redor de 76% da produção total brasileira) se encontra por volta de 24% abaixo do valor registrado há um ano. No mercado físico a consequência é o preço médio atual de R$380,001 para os cafés arábica de boa qualidade. 

De 2002 a 2010 o produtor brasileiro de café em geral trabalhou sob dívidas financeiras2 devido às pressões do mercado sobre os preços e aumento exponencial dos custos. 

Voltando à atualidade, a média de preço do café de boa qualidade na corrente safra gira em torno de R$390,003 e o custo de produção (custo operacional efetivo – COE) tem variado de R$350,00 a R$450,004 em regiões serranas (72% do parque cafeeiro nacional). Tendo em vista que uma parcela significativa da produção tem sido e deve continuar a ser comercializada abaixo do preço médio padrão (R$390,00), nesta safra em especial devido às difíceis condições climáticas durante a colheita que reforçou a queda na qualidade, vê-se claramente que a condição econômica dramática dos cafeicultores nacionais é presente e contínua.

Resultado: a rentabilidade média do cafeicultor brasileiro caiu entre 30% a 40%4 em 1 ano.


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Fonte: Portal Café Point

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