Consórcio Pesquisa Café +15: Sustentabilidade na cafeicultura brasileira



A pesquisa cafeeira é hoje o pilar central da cafeicultura sustentável praticada no Brasil. O Consórcio Pesquisa Café, criado há 15 anos, é um divisor de águas no incentivo à pesquisa do café no país. O maior arranjo de instituições de ensino, pesquisa e extensão rural já feito para fomentar a pesquisa cafeeira no país reúne hoje 50 instituições consorciadas e promove o maior programa de pesquisa de café do mundo, coordenado pela Embrapa Café. Contando com investimentos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Funcafé/Mapa), o Consórcio Pesquisa Café desenvolveu cerca de mil projetos desde sua criação, em 1997, com a convergência de esforços, potencializando conhecimentos, recursos e instalações pelo desenvolvimento da cafeicultura.

O agronegócio café é um dos mais importantes na balança comercial agrícola do país, por isso a importância de um programa de pesquisa que integra necessidade de crescimento contínuo da produtividade com sustentabilidade ambiental e do próprio agronegócio. A análise da produtividade nos últimos 15 anos e sua relação com a área cultivada é prova irrefutável da contribuição do Consórcio no agronegócio café. Em 1997 o Brasil possuía 2,3 milhões de hectares de área cultivada, com uma produtividade de 12 sacas/hectare; em 2012, com praticamente a mesma área cultivada, o país saltou para o recorde de 24 sacas/ha.

Mais do que produzir em quantidade, o Consórcio Pesquisa Café busca também qualidade,  com desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente sustentável. As pesquisas do Consórcio Pesquisa Café atendem todas as etapas da cadeia produtiva, do manejo do solo à qualidade da bebida, em todas as regiões produtoras do país. Pesquisas na área de melhoramento genético, biotecnologia, obtenção de 36 cultivares de café arábica e conilon com características cada vez mais resistentes e de qualidade, combate a pragas e doenças, zoneamento climático, irrigação, pós-colheita, entre tantas outras, são alguns exemplos de projetos que vêm contribuindo com para a produtividade, mudando e aperfeiçoando cada vez mais os processos de produção nas lavouras brasileiras.

O levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2012 indica que o país deverá colher mais de 50 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. Um crescimento de 16% comparado com a produção de 2011, de 43,48 milhões de sacas. Em termos de volume, a produção do café arábica sinaliza um crescimento de 5,9 mi de sacas, e o conilon de 1,32 mi de sacas de café beneficiado.

Resultados da atuação do Consórcio também aparecem nas exportações do agronegócio brasileiro, onde o agronegócio café ocupa a quinta posição no ranking, respondendo por 9,2% das exportações agrícolas em 2011. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a receita cambial com exportação de café registrou recorde de US$ 8,7 bilhões no ano passado, um aumento de 53% em relação à 2010.

Evolução do consumo interno – Outro ponto a ser considerado quando se fala em pesquisa cafeeira e seus impactos é o aumento do consumo interno da bebida, consequência da melhora na qualidade do café destinado ao mercado nacional. Nos últimos 10 anos, o consumo de café no Brasil aumentou de 13,6 milhões de sacas, em 2001, para 19,7 milhões em 2011, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC). O consumo per capita em 2001 era de 4,9 kg/habitante, em 2012, saltou para de 6,4 kg/habitante.

Liderança mundial – No cenário global, o potencial da cafeicultura brasileira também se sobressai, graças, mais uma vez, à contribuição da pesquisa e das tecnologias aplicadas nas lavouras. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, respondendo por um terço da produção mundial, e ocupa a segunda posição entre os países consumidores.

As pesquisas do Consórcio, além de geração de tecnologias, consideram a importância da transferência destas para o produtor. Afinal, sem o efetivo aprendizado dos conhecimentos e adoção das técnicas no campo, a inovação não acontece. O país tem cerca de 285 mil cafeicultores, segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, beneficiados pelas pesquisas do Consórcio. A cafeicultura brasileira gera mais de 8 milhões de empregos diretos e indiretos.

Com a evolução da pesquisa cafeeira nos últimos 15 anos, o Brasil pode dizer que têm hoje uma das cafeiculturas mais responsáveis do mundo quanto à sustentabilidade, além de gerar renda no campo, evitar o êxodo rural e preservar o meio ambiente. Nesse contexto, todas as pesquisas, direta ou indiretamente, consideram em seu desenvolvimento aspectos essenciais para qualquer tecnologia, como qualidade, sustentabilidade, baixo custo e adoção no campo. Um conjunto de fatores que consolida a ação do Consórcio e mantém a imagem do Brasil como país de referência e excelência na produção e exportação de café.

O Consórcio Pesquisa Café, iniciativa inédita criada por dez instituições fundadoras: Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (Mapa), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Universidade Federal de Viçosa (UFV), teve e continua tendo participação essencial nesse cenário de conquistas e altamente promissor para o agronegócio café. Em se falando de apenas 15 anos, tem-se a certeza que muito mais ainda está por vir.

Para saber mais sobre pesquisas cafeeiras, visite o site do Consórcio Pesquisa Café.

Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Cristiane Vasconcelos (MTb 1639/CE) e Higor Sousa Silva (Mtb 9684/DF)
Fone: (61) 3448-4566
Site: www.embrapa.br/cafe
www.consorciopesquisacafe.com.br


Fonte: Web Embrapa.