Alta na gasolina não necessariamente chegará ao produtor, diz Nastari

Publicação: Estadão Conteúdo
Divulgação: Assessoria de Comunicação Sindicafé ES

Para presidente da Datagro, há outros fatores que influenciam preço do etanol

A possível alta nos preços da gasolina – de 5% nas refinarias, com um impacto de até 3% nos postos – “não necessariamente chegará ao produtor” de etanol, afirmou o presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari. Segundo ele, um aumento da gasolina abre espaço de competitividade para o etanol hidratado e, se não houver uma alteração no preço do álcool nos postos, o consumidor pode ser beneficiado em um primeiro momento.

“Em tese, há um incentivo adicional ao hidratado com a alta da gasolina. Pode haver também a recomposição de margem na distribuição, na revenda e no produtor de etanol”, disse. “Mas há outros fatores de mercado que fazem com que o preço do álcool esteja em movimento”, acrescentou Nastari.

Entre os outros fatores responsáveis pelas variações do preço, o presidente da Datagro cita a safra e a entressafra de cana, a oferta dos produtores de etanol, o apetite de distribuidoras e ainda posição de estoques do combustível renovável. Nastari avalia, ainda, que o aumento de preço da gasolina nem sequer repõe a inflação, com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 6,7% nos últimos 12 meses e não cobre ainda a defasagem média da gasolina, estimada pela Datagro em 17,85% no período. “Então, o reajuste não cobre as perdas nem da Petrobras e nem do setor de etanol”, concluiu.