Prejuízos da bolsa de NY começam a ser calculados

A passagem do furacão Sandy pela costa leste americana, praticamente paralisou a cidade de Nova Iorque, coração da economia americana. A ICE Futures US, a bolsa de Nova Iorque, onde são negociados os contratos de café, operou com bastante restrição, sendo que no início da semana apenas o pregão eletrônico trabalhou. Agora os prejuízos começam a ser calculados e trazem mais pessimismo para com a economia americana, que vinha se reorganizando com dificuldades.

Com esse cenário, os contratos de café na ICE, que já vinham pressionados, tiveram mais uma semana de queda. Também contribuiu para o quadro o início da rolagem de contratos de dezembro para março.

No físico brasileiro cada novo negócio demanda muita negociação, mas aos poucos eles vão se concretizando e os embarques brasileiros em outubro ficarão acima dos de setembro. Não compactuamos com as análises que apontam para uma retenção da safra por parte dos cafeicultores. Eles vendem à medida de suas necessidades de caixa e há um claro equilíbrio entre oferta e procura. Se existisse uma retenção e, portanto um mercado comprador pressionando as cotações, elas estariam subindo e não escorregando com a intensa disputa de fundos e especuladores na bolsa de Nova Iorque.

Os produtores brasileiros acompanham de perto a situação dos cafezais, sabem o que podem esperar da próxima safra, e que praticamente não existem estoques remanescentes. Acreditam no mercado, investiram muito em suas lavouras para aumentar a produtividade e a qualidade, compensando parte do forte aumento de custos e mão de obra no Brasil. Agora não parecem dispostos a ceder ante discursos de que o café brasileiro está caro e fora da realidade. 

Produzir com qualidade e sustentabilidade os grandes volumes de café necessários para atender as exigências dos novos consumidores neste início do século vinte e um exige patamares de preços acima dos que eram praticados na segunda metade do século passado. O Brasil, os consumidores e a dinâmica do comercio internacional mudaram profundamente. Não é mais possível para a cafeicultura brasileira praticar os diferenciais de venda contra Nova Iorque a que nossos consumidores estavam acostumados.

Até o dia 31 os embarques de outubro estavam em 2.132.271 sacas de café arábica e 45.582 sacas de café conillon, somando 2.177.853 sacas de café verde, mais 236.755 sacas de café solúvel, contra 1.903.411 sacas no mesmo dia de setembro. Até o dia 31, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 2.792.082 sacas, contra 2.390.339 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 26, sexta-feira, até o fechamento da última quinta-feira (01) caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 430 pontos ou US$ 5,69 ( R$ 11,57 ) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 26 a R$ 422,77/saca e hoje, dia 1 a R$ 412,67/saca. Nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 120 pontos. No mercado da semana passada, são as seguintes cotações por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2012/2013, condição porta de armazém:

R$400/405,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$380/390,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$370/380,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$350/360,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$340/350,00 – RIADOS.
R$320/330,00 – RIO.
R$330/340,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$310/320,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE QUINTA-FEIRA: R$ 2,032 PARA COMPRA.

As informações são do Escritório Carvalhaes e de Notícias Agrícolas, adaptadas pela Equipe CaféPoint.

Fonte: Portal Café Point