México promove cultivo sustentável de café

Com a finalidade de incentivar a cafeicultura sustentável e diversificar a produção agrícola na Faixa de Ouro do Café de Veracruz, no México, especialistas de várias disciplinas decidiram criar uma rede interinstitucional que elabore um diagnóstico da situação atual de cultivo, além de empregar a ciência e a tecnologia como motores de mudanças.

De acordo com o pesquisador do Instituto de Ecologia (Inecol) e secretário da Rede, Armando Contreras, o estabelecimento de sistema de produção agroflorestais (uso da terra onde árvores para produção de madeira interagem biologicamente com cultivos e animais) pode contribuir para o cuidado dos bosques onde residem os cafezais, além de elevar a qualidade de vida dos agricultores da região.

A iniciativa pretende impulsionar o cultivo de café de qualidade sob práticas produtivas amigáveis com o meio-ambiente, de forma que se realizam estudos para fazer o controle biológico de pragas e a fertilização orgânica dos solos, sem usar agroquímicos.

Conhecido como “Café em Rede”, esse projeto também propõe mudanças tecnológicas na transformação do café; entre elas, destacam as modificações da maquinaria para a despolpa da semente, de forma que a fermentação se realize no tempo adequado e facilite a separação da polpa, além de reduzir o consumo de água.

Por outro lado, ele mencionou que a Rede conta com os resultados do projeto Biocafé, apoiado pelos Fundos Setoriais Semarnat-Conacyt, que permitiu o inventário de cerca de 2.200 especies de organismos existentes nos bosques. Coordenado pelo Inecol, esse estudo permitiu determinar que 84% das espécies se conservam nos cafezais.

Com base nesse estudo, Contreras disse que a Rede propõe que os agricultores diversifiquem sua produção utilizando as espécies nativas dos bosques durante os períodos em que baixa o preço de café, tendo, então, tempo para atender outros cultivos. O especialista disse que, nesses ecossistemas, existem cerca de 40 espécies endêmicas com potencial para produção de madeira que podem ser aproveitadas.

Essa iniciativa não está dirigida exclusivamente aos produtores, mas sim, busca gerar alianças entre instituições acadêmicas e o Governo em seus diferentes níveis. Cerca de 100 acadêmicos e quatro mil produtores se envolveram nesse projeto desenvolvido em 50 municípios do centro de Veracruz, na região conhecida como Faxa de Ouro do Café. 

A reportagem é do www.vanguardia.com.mx, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.

FONTE: Web Café Point.