Está faltando mão de obra nos cafezais

A família Rosseto, cafeicultora em Mandaguari-PR, recentemente desembolsou R$ 380 mil para comprar uma colhedeira, o que reduziu a quantidade de trabalhadores necessária para o serviço. Nos últimos anos, por falta de gente para a colheita, os Rosseto vêm enfrentando dificuldades, o que é comum em toda a região de Maringá-PR. De quebra, como eles não queriam mais ficar à mercê das intempéries, diminuíram o risco das estiagens implantando um sistema de irrigação em grande parte dos cafezais.

“Agora ficou muito melhor”, afirma o produtor Marcelo Gonçalves Rosseto, contente com os resultados. Segundo ele, a irrigação favorece a produtividade do café e a máquina – que colhe 16 pés por minuto -, economiza tempo e reduz em 25% os custos.

A mecanização é um dos assuntos do 8º Encontro de Cafeicultores organizado pela cooperativa Cocari, em Mandaguari. O evento que começa às 14 horas de hoje no Centro de Convenções Décio da Silva Bacelar, deve reunir centenas de participantes.

O tema é recorrente em quase todas as regiões produtoras de café do Paraná. No noroeste do Estado, cafeicultores têm se unido para trazer colheitadeira alugada de Minas Gerais. A mecanização só não é possível em municípios montanhosos, onde as máquinas são inviáveis.

Preço menor
A queda dos preços do café este ano não desanima os produtores. “Cabe ao cafeicultor reduzir custos e investir em produtividade”, afirma o técnico da Cocari, Simões Rodrigues, explicando que a atividade é uma das mais rentáveis principalmente para pequenas e médias propriedades. De janeiro a setembro, segundo números da agência Bloomberg, as cotações do produto caíram 23%, porcentual que sobe para 33% se considerados os últimos 12 meses.

As notícias sobre o futuro próximo da cafeicultura, em nível mundial, são pouco auspiciosas. A Organização Internacional do Café (OIC) revisou para cima sua estimativa para a produção global de café 2011/12 para 134,3 milhões de sacas de 60 kg. O volume é superior à projeção do mês passado, de 132,7 milhões de sacas.

A OIC atribui o aumento, em parte, a uma safra vietnamita maior que o esperado, o que também acontece na Colômbia. E a safra brasileira, superior a 50 milhões de sacas, é a maior de todos os tempos (há controversas, a exemplo de números divulgados esta semana pelo IBGE – leia aqui). Em contrapartida, o consumo está aumentando. A entidade estima o consumo global em 139 milhões de sacas, acima das 137,2 milhões do ano anterior.

As informações são de O Diário, adaptadas pela Equipe CaféPoint.


Fonte: Portal Café Point