Cafés colombianos comemoram 50 anos de sua inserção no mercado japonês

Em 1962, quando a Federação Nacional de Cafeicultores do país abriu seu primeiro escritório de representação no Japão, as importações de café verde eram incipientes. Hoje, o país do “sol nascente” é o principal mercado dos cafés colombianos.

A decisão de abrir há 50 anos uma representação do Café da Colômbia no Japão não foi fácil, dadas as árduas condições que atravessava esse país e seu consumo marginal do grão. No entanto, durante décadas, tem-se demonstrado que esse grande desafio assumido pela Federação é outra amostra da visão da organização cafeeira. Atualmente, o país do “sol nascente” é o principal mercado para as vendas diretas da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, o segundo destino das exportações de café da Colômbia e um dos principais clientes da estratégia de valor agregado do grêmio. 

O café premium colombiano se posiciona em um país consumidor de chá

Em 1962, quando a Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia abriu seu primeiro escritório de representação no Japão, as importações de café verde eram incipientes e a instituição se propôs como desafio aumentar a presença do café colombiano nesse país que era tradicionalmente um consumidor de chá.

Para isso, então, as primeiras vendas de café colombiano no Japão foram realizadas através da troca de café por veículos 4×4, considerando que as divisas para comprar café no Japão era restritas pelo Governo desse país.

Dez anos depois, as importações japonesas de café verde aumentaram para 1,342 milhão de sacas, das quais 218 mil eram importados da Colômbia, mais de cinco vezes a quantidade importada quando a Federação iniciou sua tarefa.

Em 1990, o consumo de café alcançou 9,9 xicaras por semana por pessoa, segundo a All Japan Coffee Association (AJCA), representando um aumento de 50% comparado com 1980. Além disso, nesse mesmo ano, as importações japonesas totais de café foram de 4,8 milhões de sacas, das quais as de café colombiano representaram 20%. 

Nos últimos cinco anos, a demanda do mercado japonês por café colombiano ficou em média em 1,3 milhão de sacas por ano, com um alto componente de cafés especiais e diferenciados e de café liofilizado.

“É evidente que a presença que temos atualmente na Ásia não teria sido possível sem a decisão visionária de desenvolver modelos de negócios, conhecer os clientes e gerar mercado para o café colombiano”, disse o gerente geral da Federação durante sua visita ao Japão, Luis Genaro Muñoz Ortega. “Apesar das críticas e daquilo que em algum momento foi classificado como irresponsável e sonhador, os feitos demonstram mais uma vez que tínhamos razão em estar presentes e acompanhar o crescimento desse importante mercado”.

Continuando com uma estratégia de posicionamento e penetração, a representação para a Ásia da Federação está focada no desenvolvimento de outros mercados promissores como o da Coreia do Sul, da República Popular da China e dos países da Oceania.

Dentro das atividades realizadas pela Federação de Cafeicultores para manter a aprofundar a relação com a indústria japonesa, estão os cursos sobre qualidade que receberam mais de uma centena de especialistas de várias empresas comercializadoras de bebidas e torrefadoras, que vem ao país para descobrir vivencialmente o que há por trás do café colombiano, exercício que atualmente se replica com membros da indústria de café na China. 

“Temos um grande portfólio de negócios e inciativas que cobrem vários países com diferentes produtos, marcas e propostas diferenciadas”, disse o diretor da Ásia para a Federação de Cafeicultores com sede em Tóquio, Santiago Pardo. “O reconhecimento que estamos recebendo da indústria é uma amostra de gratidão à nossa consistência e permanência apesar das dificuldades e complexos ciclos econômicos que tanto a indústria como as economias asiáticas têm vivido”, finalizou Pardo.

Além disso, graças às contínuas visitas ao país de especialistas preparadores de café provenientes do Japão, a crescente comunidade de baristas tem conhecido em primeira mão, a variedade e amplas oportunidades que oferecem os micro-lotes de todas as zonas do leste do país, programa empreendido pela Federação para atender nichos de mercados especializados e que tem tido uma recepção boa.

As informações são da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, adaptadas pela Equipe CaféPoint.


Fonte: Web Café Point