À espera da colheita, setor está atento ao desenvolvimento do café
Fonte: [arquivo330]
Divulgação: Assessoria de Comunicação Sindicafé ES.
A colheita de café arábica da próxima safra brasileira (2014/15) deve começar entre maio e junho. Enquanto isso, agentes estão de olho no desenvolvimento dos grãos nos cafezais. A seca que castigou as principais regiões produtoras, sobretudo em janeiro e fevereiro, causou muitos danos às lavouras e tem resultado em má granação do café.
Apesar das chuvas em março, o volume ainda não foi suficiente para recuperar totalmente a umidade do solo e parte dos prejuízos é irreversível, segundo indicações de colaboradores do Cepea. Além disso, as altas temperaturas ainda persistiram em boa parte de março. Apenas no Espírito Santo que as lavouras de arábica e de robusta não vinham sendo danificadas com a falta de chuvas. Além do clima quente e seco, alguns produtores reduziram os investimentos em tratos culturais, principalmente com adubação, por conta dos baixos preços verificados no Brasil em praticamente todo o ano passado. Esses fatores pesaram, e muito, no tamanho dos grãos e, consequentemente, na produtividade das lavouras, que deve ficar abaixo da expectativa de agentes.
[logo329] Outro fator que pode agravar ainda mais o cenário na temporada 2014/15 é a previsão de ocorrência do El Niño no Brasil. Caso o fenômeno meteorológico se confirme, é possível que o volume de chuvas seja elevado no meio deste ano, o que coincidiria com o período de colheita no Brasil.
Além de atrapalhar os trabalhos de campo, precipitações no momento da colheita podem prejudicar ainda mais a qualidade dos grãos, que já está comprometida. No Sul de Minas Gerais, agentes indicam que o desenvolvimento do café não foi adequado e a safra deve ser marcada pela maior ocorrência de grãos chochos. O cenário esteve bastante irregular na região mineira, dependendo do volume de chuvas observado na lavoura e também dos tratos culturais realizados. No Cerrado mineiro, os pés de café ficaram carregados, mas também com bastante grão chocho, sem enchimento devido à falta de chuvas. Apenas as lavouras irrigadas que foram menos prejudicadas. Alguns relatos de doenças, como a broca-do-café, agravam ainda mais a situação em Minas Gerais.
Em meados de março, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decretou estado de emergência fitossanitária no estado, devido ao risco da infestação da praga causadora da broca-do-café. Na Zona da Mata mineira, alguns produtores de lavouras que registraram falta de chuva já colheram alguns grãos no final de março, mas estes estiveram chochos e miúdos. Vale lembrar que a bienalidade nesta praça mineira tem sido inversa às demais e que, portanto, será negativa em 2014/15, o que também influencia a menor produção. Nas regiões paulistas da Mogiana e de Garça, colaboradores relataram que a safra também pode apresentar café mal granado e com grãos chochos.
Porém, o prejuízo em ambas às praças deve ser menor que o observado no Sul de Minas. No Noroeste do Paraná, as lavouras estiveram aparentemente bonitas, mas a geada em 2013 e a seca neste ano prejudicaram muito a vitalidade da planta.
Indicador avança com força pelo 4º mês consecutivo
Os preços do arábica no físico brasileiro acumularam alta em março, pelo 4º mês consecutivo. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, teve média de R$ 437,24/saca de 60 kg em março, forte aumento de 19,4% em relação ao mês anterior e a maior média desde fevereiro de 2012.
A elevação interna esteve atrelada ao avanço nas cotações da variedade no mercado externo, que foram sustentados, principalmente, pelos temores com relação ao efeito do clima quente e seco deste ano na safra 2014/15 do Brasil. A média de todos os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) em março foi de 188,62 centavos de dólar por libra-peso, expressiva alta de 22,2% em relação a fevereiro. O dólar teve média de R$ 2,326 no mês, baixa de 2,3% na comparação com o anterior.
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