Produtividade maior passa pela agricultura de precisão
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Os ganhos nas lavouras brasileiras nas últimas duas décadas foram alcançados com uma estratégia conhecida: produzir mais com maior eficiência. Em 20 anos, de 1990 a 2010, a área semeada com grãos no país cresceu 37% e a produção avançou mais de 200%, conforme estudo da Fundação Getulio Vargas. A diferença nos percentuais é resultado de uma produtividade 120% maior onde a agricultura de precisão atua como protagonista.
Esses números nos mostram uma verticalização da agricultura, onde se consegue produzir mais numa mesma área explica Telmo Amado, coordenador do mestrado profissional em Agricultura de Precisão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A gestão das atividades agrícolas em busca de melhores resultados, explica o professor, envolve desde a adoção do plantio direto e adubações equilibradas até o uso de tecnologias e profissionalização da atividade. Não por acaso as indústrias de máquinas e implementos agrícolas vêm batendo recorde de vendas nos últimos anos.
Há 20 anos o agricultor que tinha uma boa safra investia apenas em áreas de terra ou imóveis. Hoje esse mesmo produtor investe em máquinas, irrigação e silos, movimentando toda a economia aponta Amado.
Com agricultores capitalizados e dispostos a modernizar suas técnicas, a agricultura de precisão deixou de ser vista apenas como um trabalho de mapeamento de lavouras e aplicação de insumos a taxa variável e avançou para outras etapas da produção fornecendo ferramentas para a gestão completa das lavouras.
Atualmente, todos os processos de uma propriedade (planejamento, plantio, condução e colheita) podem ser mapeados eletronicamente, com seus desempenhos acompanhados em tempo real por meio do computador explica o engenheiro agrônomo Claudio Luiz Lemainski, sócio-diretor da Drakkar Agricultura de Precisão.
A capacidade de investimento do produtor passa também pelo maior acesso ao crédito. Entre julho e outubro deste ano, por exemplo, as liberações de crédito rural atingiram R$ 65,8 bilhões no país. Os repasses cresceram 44,9% em relação ao valor liberado em igual período do ano passado.
O acesso ao crédito agrícola cresceu muito e ajudou a desenvolver a agricultura brasileira afirma Gervásio Paulus, diretor técnico da Emater.
Ao citar outras melhorias no campo, como energia elétrica e acesso à internet, Paulus destaca que as distância entre o meio rural e a cidade estão cada vez menores.
O que antes era sinônimo de atraso hoje é visto como um campo de oportunidades aponta Paulus, acrescentando que os impactos da agricultura são ainda mais visíveis nos municípios com até 20 mil habitantes, onde a economia costuma girar em torno do setor primário.
Fonte: Joana Colussi, Zero Hora
Divulgação: Assessoria de Comunicação Sindicafé ES