Diferença de preço frente ao arábica pode elevar demanda por robusta

Fonte: [arquivo332].
Divulgação: Assessoria de Comunicação Sindicafé ES.

Os preços do café arábica e do robusta têm avançado com força desde o início deste ano. No entanto, a valorização do arábica tem ocorrido em maior intensidade que a do robusta, elevando a diferença entre as cotações dessas variedades. Em março, o diferencial entre os preços dos Indicadores CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura e do robusta tipo 6 peneira 13 acima foi de 173,99 reais/saca, o maior desde janeiro de 2012. Com relação à diferença entre o Indicador do arábica e o robusta tipo 7/8 bica corrida, a retirar no Espírito Santo, em março, foi de 181,89 reais/saca. 

Colaboradores do Cepea indicaram que, caso o diferencial se mantenha elevado, o interesse pelo robusta deve aumentar, principalmente por parte das torrefadoras nacionais. Com o preço do robusta mais atrativo, a utilização desta variedade nos blends tende a crescer, enquanto a de arábica pode ser revisada para baixo. Alguns agentes apontam que até mesmo a demanda internacional pelo robusta brasileiro possa ser favorecida. Vale lembrar que, em 2013, o cenário era o oposto, já que, com os baixos preços do arábica, a demanda pelo robusta estava enfraquecida. Em agosto de 2013, por exemplo, o diferencial entre os Indicadores foi de apenas 32,95 reais/saca, o menor de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2001 para o robusta. 

[logo331] Com relação à safra 2014/15 de robusta, houve bom volume de negócios antecipados nos primeiros meses deste ano. Produtores se interessaram por esta modalidade devido ao receio de que, após a colheita, os preços recuassem. Esse temor, por sua vez, esteve atrelado ao fato de que a produção de robusta capixaba deve ser volumosa, já que não foi fortemente afetada pelo clima. De fato, no Espírito Santo, o clima foi mais favorável ao desenvolvimento dos grãos em relação ao observado nas outras áreas de arábica, já que o volume de chuvas foi maior. De acordo com agentes consultados pelo Cepea, em março, as lavouras estavam folhadas e bastante carregadas, o que criou a expectativa de que a safra totalize volume superior ao estimado anteriormente para esta região. 

Alguns cafeicultores do estado deram início à colheita de grãos precoces, mas a quantidade ainda é bem restrita, limitando os negócios envolvendo os grãos da safra 2014/15 para entrega imediata. A expectativa de agentes locais é de que um maior volume comece a ser colhido em meados de abril e se intensifique a partir de maio. Em algumas lavouras de Rondônia, a colheita da variedade já começou – no estado, as atividades costumam ser um pouco mais adiantadas. No entanto, a chuva atrapalhou um pouco o avanço da colheita até o final de março, limitando, de certa forma, a comercialização na praça rondoniense. Os trabalhos de campo devem ganhar mais ritmo em meados de abril, segundo indicações de agentes locais consultados pelo Cepea.

Cotações do robusta avançam com força em março 
Apesar de os preços do robusta no físico brasileiro terem oscilado ao longo de março, as cotações registraram nova alta considerável na média do mês. O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 263,25/saca de 60 kg em março, considerável alta de 8% em relação ao mês anterior. Para o tipo 7/8 bica corrida, a média foi de R$ 255,35/sc, expressivo avanço de 8,2% na mesma comparação – ambos a retirar no Espírito Santo. Apesar do aumento nos preços no Brasil, as negociações não ganharam muito ritmo no mês. Isso porque boa parte dos vendedores esteve retraída. No mercado internacional, o contrato de robusta negociado na Bolsa de Londres (Euronext Liffe) com vencimento em maio fechou a US$ 2.094/tonelada em 31 de março, alta de 2,5% na comparação com 28 de fevereiro. 

Equipe: Margarete Boteon, Caroline Lorenzi, Ana Carolina Racioni, Fernanda Geraldini e Mayra Viana. Contato: 19- 3429-8807 * Fax: 19- 3429-8829 * cafcepea@usp.br * www.cepea.esalq.usp.br 

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